segunda-feira, 19 de julho de 2010

O amor nunca morre de morte natural..

Morre porque o matamos ou o deixamos morrer.
Morre envenenado pelo angústia,
Morre enforcado pelo abraço.
morre esfaqueado pelas costas
Morre eletrocutado pela sinceridade
Morre atropelado pela grosseria
Morre sufocado pela desavença.

(...)
O amor não morre de velhice, em paz com a cama e a fortuna dos dedos.
(...)
Morre com um beijo dado sem ênfase.
Um dia morno, uma indiferença, uma conversa surda.
Morre porque queremos que morra
Decidimos que ele esta morto.
(...)
Talvez eu tenha matado todos os meus amores..
Seja um serial Killer
Perigo silencioso, como todos os amantes.Com aparência inofensiva de um balconista.
Fiz da dor uma alegria, quando não restava alegria.
(...)
Mato; não confesso, e repito os rituais.
Escondo o corpo dele em meu próprio corpo,
Durmo suando frio, e disfarço que foi só um pesadelo
Desfaço as pistas e suspeitas, assim que termino um relacionamento.
Queimo o que fui, e recomeço com a certeza de que não houve testemunhas.
Mato porque não tolero o contraponto, a divergencia.
Mato porque ele conheceu o meu lado escuro, e eu estou envergonhada.
Mato e mudo de personalidade, ao invés de conviver com minhas personalidades inacabadas e falhadas.
(...)
O amor é perigoso para quem não resolveu os seus problemas,
O amor delata, o amor incomoda, o amor ofende.
Fala as coisas mais extraordinárias sem recuar,
O amor é boca suja.
O amor repetirá na cozinha o que foi dito em segredo no quarto.
O amor vai abrir o assoalho, o porão proibido, fazer faxina em sua casa.
Colocar fora o que precisava, reintegrar ao armário o que temia rever.

O amor é sempre assassinado...

Para confiarmos a nossa vida a outra pessoa, devemos saber o que fizemos com ela antes.

(F.C)

Um comentário:

Jeferson Cardoso disse...

Bem lokô esse amor. (sorrio).
Bem sacado o texto. Parabéns, Distúrbios!

Abraço do Jefhcardoso do http://jefhcardoso.blogspot.com