Eu teria amado você. Das seis da manhã até a meia noite. E durante
meu sono, nos sonhos que você nunca deixou de aparecer. Eu teria amado
você. Com suas olheiras e seu mau-humor matinal. As palavras grosseiras,
a cara amarrada, os pedidos de silêncio. Nada disso teria importado.
Ainda assim, eu teria amado você. De segunda a sexta-feira. Nos sábados
de balada. E até nos domingos infernais. Eu teria amado você assistindo
aos seus jogos de futebol ou até vendo Faustão.
Eu teria amado você quando você dissesse que ainda não me amava. Ou
quando tivesse medo de se jogar de cabeça em uma relação. Eu teria amado
você quando fugisse de mim, sem saber se era mesmo isso que queria para
sua vida. E também quando voltasse, por saber que uma
parte de mim já
tinha ficado aí dentro. Eu teria amado você cada vez que deitasse ao meu
lado, me abraçasse ou ficasse em silêncio sem saber o que dizer.
Eu teria amado você quando você olhasse para o lado. Quando visse uma
mulher bonita passando e não conseguisse disfarçar. Eu teria amado você
até nas nossas brigas. No seu jeito imaturo de ser. Nas
verdades que jogaria na minha cara sem ter medo de quebrar meu coração.
Eu te perdoaria. Porque eu teria amado você até quando você me magoasse.
Eu teria amado você com a sua cara amarrada. Com suas frases secas. E
suas respostas monossilábicas. Eu teria amado você quando você ainda
nem soubesse que o que eu sentia era amor. Eu teria amado você com suas
falhas, seus erros, seus medos e seus traumas. Eu teria amado você
inteiro, sem que você nem tivesse pedido.
Bastava que você tivesse escolhido ficar, e eu teria amado você. E se
você quisesse, eu poderia ter te amado para sempre. Se você não tivesse
ido, eu poderia ter amado você. E teria deixado de fingir que, em
silêncio, mesmo sem você nunca ter ficado, eu sempre amei você.
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